sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Lenda de “Gento Ryotetsu”

Jornalista Heródoto Barbeiro expõe sua vida profissional e revela momentos em sua jornada diária pelo jornalismo

Por: Leandro Massoni


Considerado por muitos como “Mestre” pelo seu histórico e vida profissional em favor de um jornalismo mais ético e consciente, Heródoto, com seus 62 anos, esbanja serenidade e compromisso com seus ouvintes e tele-espectadores. Com disposição de uma pessoa mais jovem, busca na meditação manter o controle e aparentar sempre o bom humor junto a uma árdua jornada de trabalho que começa logo de manhã.

Mal começa o sol raiar e o jornalista inicia suas atividades. Toma um café balanceado preparado por sua esposa e ex-aluna de Heródoto, Walkíria dos Santos, de 48 anos, diz ser muito comum viver nesta mesma rotina. Até os próprios vizinhos já se acostumaram pelo modo de vida frenético logo de manhã. O casal ainda possui dos filhos: Maurício, de 28 anos é dono de uma loja de roupas em Santos, e Guilherme, de 27, está tirando o certificado de piloto de helicóptero.

Heródoto já trabalhou com o pai. Dono de bar no Parque Dom Pedro II, que passou a ser uma oficina onde ali nosso personagem já teve seus trabalhos como ajudante e office-boy. Atropelado por um bonde aos 6 anos, conta que se não fosse o motorneiro que o salvasse, não viveria para contar detalhes.

Como um dos principais de veículos de locomoção, a Kombi branca já virou referência. Costuma pegá-la muitas vezes para viajar para seu sítio em Taiaçupeba, interior de São Paulo. Já as 5h35, ainda pela manhã, está reunido com o pessoal da edição do Jornal da CBN de rádio. São mais de 15 anos dedicados a emissora, em três horas e meia por dia de notícias no horário nobre do rádio. Heródoto, por muitas vezes, é pego fazendo seus alongamentos diários.

Como uma forma de tirar a tensão psicológica em razão a sua rotina, o “mestre” passa a virar “monge” em suas sessões de meditação durante as horas de almoço. Foi daí que surge o apelido “Gento Ryotetsu”, nome do patriarca budista que o adotou quando passou a freqüentar o templo na Rua São Joaquim, na Liberdade. O hábito de meditar é uma das formas onde possa buscar o equilíbrio e a preparação para o resto do dia. Costume que se deu origem a um convite de seu professor de história oriental na USP.

Barbeiro sempre gostou de escrever livros sobre jornalismo (muitos deles o jornalista mal consegue lembrar) e praticar palestras sobre o tema. Mas hoje não encontra espaço devido a sua rotina diária de trabalho intensivo. Antes, exercia aulas no curso do Objetivo.

Chega a TV Cultura por volta das 17h20, após dormir uma hora em casa. E há mais de 13 anos na casa, o jornalista recebe o mesmo tratamento dado na CBN. O “mestre” chega brincando com seus colegas, negando algumas histórias que circulam na redação sobre ele. Nos camarins, a preparação é total. Heródoto se conforma pelo fato de sua aparência e coloca em uma seguinte frase: “Quanto mais velho, mais tempo demora na maquiagem...” – Fazendo uma ironia quanto a sua idade.

Prestes a apresentar o telejornal, ás 18h55, Heródoto grava algumas chamadas com as notícias mais importantes que irão para o ar, para finalmente, depois de uma hora, o jornal entrar no ar. Seu dia termina por volta das 11 horas da noite, e então, segue para sua casa onde descansará para mais um dia de trabalho normal.

Um comentário:

Unknown disse...

Sou uma fã diaria no telejornal parabens Heródoto.