domingo, 2 de dezembro de 2012

A questão da ética jornalística em jogo

Por: Leandro Massoni


Durante o nosso caminhar da profissão, acompanhamos diversas histórias que envolvem a identidade de pessoas que se encontram envolvidas em casos de polícia e de violência noticiados diariamente pelos veículos de comunicação. Mas o que deve sempre prevalecer é a forma como você trabalha com esses fatos.

No Art. 5º da Constituição Federal de 1998, que diz respeito à liberdade de expressão, também reflete que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, dando segurança ao direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Neste quesito, devem ser avaliados os métodos como são apuradas as matérias levando em consideração a questão da imagem veiculada dos que estão presentes ao acontecimento.

Analisando a forma como a TV trabalha seu conteúdo, existem certos pontos a serem debatidos. A forma como a mídia busca tratar o seu conteúdo visando noticiar a realidade para seu determinado público às vezes pode gerar vários desdobramentos e discussões da forma como foi tratado o tema. É preciso ter delicadeza quando o assunto é expor a imagem de um sujeito que pode ser tanto o bandido quanto uma vítima ameaçada.

Existem hoje muitos programas jornalísticos que têm como objetivo mostrar, por meio de um tom mais policialesco e sensacionalista a forma como o assunto é narrado. Assistimos casos que, até um determinado ponto, começamos a questionar se era o necessário a veiculação de certas imagens, argumentos ou a busca pela notícia através de recursos que se encontram na legislação como ilegais para a prática do jornalismo.

O valor jornalístico é o fator preponderante para o enriquecimento da matéria. Os métodos usados na busca por informações que possam ser relevantes são considerados válidos para a divulgação de uma reportagem com cunho investigativo mais aprofundado.

Um dos casos em que este pensamento se encaixa é o do assassinato cometido pelos irmãos Cravinhos aos pais de Suzane Von Richthofen, a própria mandante do crime em 2002. Recentemente, a revista eletrônica Domingo Espetacular da Rede Record fez uma matéria especial sobre os 10 anos da ação criminosa que chocou o país mostrando as investigações feitas na residência dos Richthofen depois do delito.

As filmagens foram feitas por uma das câmeras da Polícia Militar na época em que fazia a perícia na casa. As imagens mostravam cenas de como se encontrava a residência dos Richthofen após o homicídio dos pais. A câmera registrou objetos espalhados no chão e os pais de Suzane na cama, mortos após a violência cometida pelos irmãos Cravinhos a pedido da filha.

Através do produtor Tony Chastinet, o Domingo Espetacular conseguiu o acesso às informações e veiculou na TV algumas cenas de como a casa se encontrava durante as investigações que estavam sendo feitas pela polícia. Experiente e conhecedor da lei, Tony acredita que a divulgação do material colhido atende tanto ao interesse jornalístico, no sentido de contar como foi a execução dos pais de Richthofen, quanto o interesse público, que desperta a atenção da sociedade por conta da brutalidade do crime e pelo fato do envolvimento de uma jovem de classe média alta, no caso, Suzane, que planejou as mortes de Manfred Von Richthofen e Marísia Von Richthofen.

Por se tratar de um crime grave e de grande repercussão, as imagens ajudam a contar a história ocorrida há 10 anos e mostrar o trabalho de investigação. Certamente, a veiculação de imagens inéditas ajudou na repercussão”, diz o produtor, que ressalta que a polícia ainda não tinha os suspeitos do crime no momento da gravação das imagens, sendo esclarecido o caso alguns dias depois com a prisão de Suzane e dos irmãos Cravinhos.

Para o tratamento das imagens, a edição teve que recorrer a recursos como colocar “blur” em algumas imagens, como forma de borrar cenas que poderiam ser muito fortes em razão ao horário em que passava o jornalístico.

Já em relação a casos diferentes a esse tema, mas com a mesma linha de pensamento,  no futebol, a exposição da imagem de jogadores consagrados em cenas que podem ser consideradas incomuns ou até impróprias rendem bastante polêmica na mídia. Exemplo disso é o ex-jogador Ronaldo. Na volta ao Brasil e jogando pelo Milan, da Itália, o “Fenômeno” teve um suposto envolvimento com travestis em 2008, durante suas férias no Rio de Janeiro.

Na época, o boleiro havia chamado a acompanhante que atendia pelo nome de Andréia Albertini para um Motel. Logo depois, mais dois travestis teriam se juntado a eles. No final daquele ano, o caso foi parar no Tribunal de Justiça. Segundo depoimento de Andréia, que na verdade era André Luiz Ribeiro Albertini, o jogador estava à procura por drogas. Ronaldo o acusou formalmente por extorsão na época.

Dentro deste caso, podemos sugerir que Ronaldo ganharia a causa, pois se tratando da imagem de uma pessoa pública e conhecida em âmbito mundial, o futebolista alegou ser vítima de engano e que a travesti lhe teria chantageado em troca de dinheiro.

Mas vale lembrar que não só apenas estamos questionando a imagem de Ronaldo. A repercussão da história também escandalizou a identidade da acompanhante travesti. Em uma observação feita através de uma matéria divulgada pelo site “Observatório da Imprensa”, em Maio de 2008, o fato de os veículos terem usado mais o nome masculino de registro para se referir à Andréia teriam sido interpretados de maneira pejorativa.

Alguns pontos analisados como a exposição pessoal, o desrespeito à identidade com o uso de pronomes masculinos e a “agressão” da mídia em torno do personagem por ser um travesti e acompanhante, sendo desqualificado seu discurso durante julgamento, também são questionamentos a ser levantados. Assim, podemos dizer que o conselho da LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), órgão que defende a diversidade cultural e humana poderia recorrer a uma ação em favor da preservação da imagem da travesti segundo o Art. 1º da Constituição Federal, que remete a dignidade da pessoa humana, além do Art. 3º que diz sobre a redução da desigualdade social e regional e a promoção do bem a todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Apesar de Andréia ter sofrido estigma social, a travesti não ficaria totalmente impune, sendo indiciada pela acusação de extorsão a Ronaldo. Uma das acompanhantes que estava envolvida depôs ao delegado responsável pelo caso afirmando que houve a chantagem ao jogador por dinheiro. Além disso, Andréia teria de responder pelo furto do documento do carro do atleta sem a autorização do mesmo.

Há um quesito que acredito que seja importante de citarmos. O interesse público que se confronta com o interesse do público, que seria visto como o sensacionalismo que é praticado por muitos veículos de comunicação. Mas como saber distinguir dos dois?
O interesse público tem como objetivo principal mostrar as notícias mais importantes pelo fato de uma aproximação maior com o público em geral, por gerar um grande debate à sociedade em torno do acontecimento e também por ser o acontecimento do dia ou da semana, independente da periodicidade do jornal.

Já o interesse do público posso entender que seja mais específico e detalhista. O que muitos querem ver na notícia como o que é necessário e bastante para se informar, outros querem saber os pormenores da situação. E muitas vezes, a ética do jornalista é um ponto crucial para debates.

E falando neste assunto, como fica a questão do direito à privacidade? O conflito é iminente. Acima do Código de Ética, a Constituição garante não apenas a liberdade de expressão como também veda a censura. O jornalista, de posse de determinadas informações de grau de relevância social, e nisso, tratando-se de uma causa do interesse público, digamos que há uma “brecha” neste sentido. Noticiar um fato de apelo humano gera grandes discussões e opiniões a sociedade, que por meio do que foi publicado, tem suas conclusões.

O jornalista em meio ao mercado visa conseguir seu espaço na área através de seu trabalho. E para isso, às vezes é necessário se submeter a formas como a empresa quer tratar determinados acontecimentos e publicá-los. Umas das cláusulas do Código de Ética dos Jornalistas diz que o mesmo pode querer realizar as tarefas propostas pelo veículo de comunicação por não serem convictas à sua razão e contraditórios ao seu modo de percepção e análise profissional. Então, cabe ao jornalista como lidar com este tipo de situação.

Este argumento pode ser usado de maneira favorável ao jornalista no caso de ganho de causa. Mas o que não se deve ser feito é usar este mesmo fator como uma simples desculpa para não querer produzir. A empresa deve entrar em concordância com seu empregado e buscar da melhor forma resolver esse problema de maneira mais clara e sem empecilhos.

Mais um fator a ser levantado é a questão da autenticidade das matérias. No jornalismo de TV podemos observar que, na maioria das vezes, ao final das matérias, os jornalistas responsáveis pela construção da reportagem, e nisso, estão inclusos editores de texto e produtores assinam a matéria colocando seus nomes como autores do trabalho. Já acompanhei casos em que editores não aceitaram creditar seus nomes pelo fato de as reportagens conterem elementos que foram colocados sem a conscientização do jornalista responsável, havendo muita discussão em torno desta medida.

Neste sentido, se caso o jornalista responsável pela matéria quiser mover uma ação judicial a empresa contratante pode ganhar a causa, a não ser que haja alguma cláusula imposta pelo veículo ao empregado na assinatura do contrato de trabalho, favorecendo o empregador e implicando o jornalista durante o processo.

Estas são questões em que o jornalista necessita-se manter atento e “pisar em ovos” quando o assunto é a busca pelos seus direitos. Muitas empresas, e não digo apenas as de comunicação, consideram seus funcionários como “hipossuficientes,” que não possuem condições plenas pala requerer pelos seus direitos.

A justiça e os órgãos que defendem o empregado, no caso, o jornalista, como a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) que é considerado um sindicato muito forte da categoria, protege a causa e os direitos dos mesmos em razão à prática e o exercício legal da profissão, além de a empresa contratante se encontrar em conformidade e condições regularizadas que permitem proporcionar um ambiente mais agradável e aberto a opiniões e ideias do jornalista, que consegue produzir mais e satisfazer-se com o ambiente em que trabalha.

O jornalista deve acima de tudo ter seu respeito e sua dignidade preservada, sendo respondido por aquilo que publica e não pela sua integridade moral. A profissão requer um equilíbrio entre ambas as partes, mas cabe ao jornalista avaliar o que lhe é viável ou não. A escolha é determinante para o processo de produção e tanto empresa quanto o empregado devem se encontrar em total sintonia em prol a levar a informação ao seu público de maneira séria e profissional.

sábado, 14 de julho de 2012

Entenda o contexto sobre o termo memes


O termo meme foi criado em 1976 por Richard Dawkins em seu bestseller “O Gene Egoísta”. Considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro a cérebro ou onde a informação é armazenada, como em livros, ou em outros locais ou no cérebro. O meme é considerado como uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma se auto-propagar.

Os memes podem ser considerados como idéias ou parte delas, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais ou qualquer coisa que possa ser aprendida e armazenada facilmente e transmitida ainda quando unidade autônoma. Existe um estudo chamado memética, que é especializado nos modelos evolutivos de transferência de informações. Quando o termo é usado em um contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra. Este uso aproxima o termo da analogia da "linguagem como vírus".

Atualmente nas redes sociais é comum vermos frases, imagens, caricaturas ou desenhos que satirizem um fato ou algum acontecimento usando personagens caricatos, anônimos ou até mesmo famosos pelo fato de possuírem traços ou características que sejam apropriadas para o momento.


Vejam abaixo algumas figuras inusitadas:


Nome: Troll Face
Significado: Atualmente, o "Troll Face" é um dos memes mais famosos da Internet. O seu maior significado é de "trollar" pessoas, isto é, irritar alguém e provocar uma discussão sobre determinado assunto. Nas Tirinhas que circulam pela Internet, o "Troll Face" aparece como um personagem malandro e que sempre quer tirar proveito das pessoas.




Nome: Fuuu ou Rage Guy
Significado: O "Fuuu" ou "Rage Guy" aparece nas tirinhas quando o personagem está enfurecido com muita raiva dos acontecimentos do dia-a-dia, proporcionando um ar mais cômico a piada.







Nome : LOL
Significado : O "LOL", que representa a sigla "laughing out loud", que em português significa "rindo demais" ou "rindo muito alto" está sempre aparecendo nas tirinhas em cenas cômicas, quando o personagem acaba "rindo demais" quando acha alguma situação engraçada.



Nome: Forever Alone
Significado: O "Forever Alone", que em português significa "sozinho para sempre", aparece nas tirinhas em cenas onde o personagem está sozinho, muito solitário e sem amigos. Sem dúvida, é o personagem mais triste de todos os memes




Nome: Poker Face
Significado: O personagem "Poker Face" expressa nas tirinhas uma pessoa que está muito constrangida, com muita vergonha da cena em que ocorreu anteriormente na tirinha.






Nome: Me Gusta
Significado: O "Me Gusta" é um dos memes mais feios já criados. O personagem expressa gostos bizarros, estranhos e excêntricos que as pessoas possuem, mas nunca admitem.








Nome: Okay
Significado: O "Okay" expressa situações em que a pessoa está decepcionada com o que acabara de acontecer na tirinha.







Nome: Fuck Yea
Significado: O "Fuck Yea" expressa nas tirinhas os resultados positivos ocorridos pelo personagem durante uma situação, deixando-o cheio de "marra".






Nome: Challenge Accepted
Significado: O "Challenge Accepted", que em português significa "Desafio Aceito" expressa a reação da pessoas quando é feito a ela um desafio muito difícil, e às vezes até impossível. Nas tirinhas, geralmente, os desafios dão muito errados.




Nome: Challenge Considered
Significado: O "Challenge Considered", que em português significa "Considerando o Desafio" expressa a reação da pessoa quando se é proposto um desafio para ela, enquanto ela pensa antes de aceitá-lo.






Nome: Cereal Guy
Significado: O "Cereal Guy" é um personagem que aparece nas tirinhas se expressando sobre algo, uma opinião dele sobre um determinado assunto tratado.



Nome : Freddie Mercury

Significado : O "Freddie Mercury" é um personagem que aparece nas tirinhas para expressar um sentimento de sucesso, de conquista ou de algo que deu certo e se saiu  vencedor.














Nome : Not Bad
Significado : O "Not Bad"que na tradução para o português significa "Nada mau" é inspirado no primeiro presidente negro da historia do Estados Unidos da America, Barack Obama. Este meme expressa o sentimento de uma pessoa quando vê ou ouve algo e acaba ficando sem comentários.





Nome : Pedo bear
Significado : O "Pedo Bear", talvez seja o meme mais tarado de todos. Ele sempre aparece nas tirinhas onde exerce uma expressão de excitação. Geralmente envolve mulheres Ou pessoas em posições ou falas constrangedoras.







Fontes:





sábado, 26 de maio de 2012

O fim da linha para as locadoras


Pesquisas apontam queda de mais de 65% de movimento nos últimos anos. Mais da metade das locadoras já fecharam as portas.
Por Leandro Massoni
Há algum tempo, não muito, era comum a prática de aluguel de filmes em locadoras, como forma de entretenimento e lazer caseiro.
Mas, com o passar dos anos, o advento da tecnologia tem modificado esses costumes. O DVD substituiu o VHS, até pelo custo mais acessível, e agora quem domina esse terreno é a internet.
Segundo o Sindicato das Empresas de Vídeolocadoras do Estado de São Paulo (Sindemvideo), a queda do faturamento foi de 45% de 2005 para 2007, e depois 15% em 2009. O movimento nas locadoras teve uma redução de 65%. O resultado disso é que mais de 55% das lojas fecharam suas portas. No final de 2010, eram cerca de 2 mil unidades em atividade.
Em uma das locadoras da rede Hawaii Vídeo, localizada na zona norte de São Paulo, a funcionária Gabriela Silva, que cuida do balcão de atendimento, diz que a procura por filmes para alugar está sendo muito pouca. E isso tem ocorrido mesmo com o trabalho feito pelos policiais que fazem patrulha no local e ajudam a combater a leva de camelôs e ambulantes das ruas.
Em média, são emprestados da locadora 270 filmes por mês, o que equivale a R$ 2.500. Gabriela diz que é frustrante a situação em que o mercado se encontra por conta do baixo número de clientes. “Mas estamos conseguindo recuperá-los por meio de promoções”, comenta.
A rede possui ainda mais três lojas no Tucuruvi, Av. Conceição e Av. Guapira, esta última com risco de ser fechada, vítima da falta de lucro.
Segundo relatório apresentado pela Receita Federal foram apreendidos R$ 1 bilhão em produtos falsificados. Dados da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) registraram em 2010 mais de 25 milhões de CDs e DVDs retidos por ações de combate à pirataria pelas autoridades públicas e dos agentes da associação. O número de DVDs de filmes recolhidos ultrapassa a marca de 19 milhões.
Para um comerciante de feira livre, que prefere não ser identificado, o fato de o material ficar disponível na internet não justifica uma infração na venda do produto. “Na pirataria, se eu copiar o material original é uma coisa, mas está disponível na internet para quem quiser. O pessoal simplesmente tira e fornece para as pessoas que não possuem esse acesso e que desejam”,diz o vendedor.
Ele consegue vender entre 200 e 300 DVDs por dia, por R$ 3,00 cada e R$ 10,00, quatro unidades. O preço em média de um DVD virgem é de R$ 0,20.
O ambulante afirma que a fiscalização é feita pela Polícia Metropolitana, mas nunca sabe quando ela pode chegar. Ele ressalta que os fiscais agem de maneira abrupta e sem respeito com o trabalho dos camelôs. “É uma ordem deles de levar o material, mas destruir uma barraca como eles têm feito é errado. A polícia tem coisas mais importantes para fazer do que ficar correndo atrás de DVD. Estamos trabalhando, não estamos apontando uma arma na cabeça de ninguém. O pessoal compra se quiser”, comenta.
A pirataria e o acesso livre a links na internet têm prejudicado bastante a vida das locadoras. Redes como 100% Vídeo, Alex Vídeo e Vídeo Norte perderam algumas de suas franquias e começam a migrar para serviços web de locação de vídeos.

Para o proprietário da rede Hawaii Vídeo, Sérgio Pires, hoje a pirataria representa mais de 50% do mercado áudio-visual. Além disso, pesa a falta de tempo das pessoas. “Antigamente você pegava um fim de semana chuvoso e uma das poucas opções de lazer era passar numa locadora e pegar um filme. Hoje em dia, com a internet, tem muito mais opções”, analisa Pires.
Segundo ele, o preço para a compra de um filme, sendo lançamento, é muito alto para as locadoras: 110 reais. Para o consumidor final, o preço varia de R$ 12,90 a R$ 39,90.
As locadoras que devem sobreviver com o tempo são as mais tradicionais. As lojas de bairros movimentados devem agregar outros tipos de serviços, como lojas de conveniência, roupas e brinquedos referentes a personagens de filmes.
A redução dos preços do aparelho blu-ray, o investimento no atendimento e em públicos mais segmentados apresentaram bons resultados nos últimos anos.
A Blockbuster, operante desde 1995 no Brasil, era uma das principais redes de locadoras no mundo. Distribuía os grandes sucessos do cinema hollywoodiano e se tornou referência em muitos bairros. A crise veio se instaurar em 2004, quando o Grupo Lojas Americanas comprou a empresa. A rede veio a declarar falência no país em setembro de 2010, passando todos os seus serviços para o formato online. A Blockbuster teve perdas de US$ 1,1 bilhão em 2008, acumulando no final uma dívida de US$ 920 milhões.
Uma das responsáveis pela queda da rede de locadoras norte-americana foi a Netflix. Desenvolvida em 1997 por Reed Hastings, estabeleceu-se no mercado por conta do seu sistema de fazer assinaturas por um preço fixo, com as quais os clientes podem alugar quantos filmes desejarem.
Na internet, o acesso a sites de compartilhamento de vídeos e músicas vem sendo muito freqüente pelos usuários. Em janeiro deste ano, o Megaupload, que possuía um dos grandes acervos de arquivos no mundo, foi tirado do ar pelo governo norte-americano, acusado de ter dado um prejuízo de US$ 500 milhões a detentores de direitos autorais por conta da pirataria de filmes, séries e outros produtos.
Para Pires, o governo não agiu na hora certa para impedir o “boom” da pirataria com leis mais efetivas. “Em todo o lugar tem pirataria e as pessoas toleram como se fosse uma atividade normal. Se houvesse um combate maior, na nascente, por parte do governo, seria mais fácil. Hoje em dia é muito mais difícil, pois você tira um camelô daqui, faz uma apreensão, mas depois ele recupera tudo o que perdeu em alguns dias. Se a lei fosse comprida de forma mais efetiva, poderia acabar ou dificultar bastante à pirataria, melhorando um pouco a situação das locadoras”, afirma.


Veja matéria sobre o fim das locadoras:


O Futebol Nacional de hoje


Por Leandro Massoni
As tradições do futebol brasileiro estão guardadas no coração de São Paulo, cidade que recebeu Charles Miller, quando voltou da Inglaterra. Ele trazia na bagagem, além de um elemento esférico, chamado bola,  um par de luvas e um livro de regras de um jogo que se tornaria, mais tarde, febre entre o povo brasileiro.
A partir da iniciativa de Miller de reunir os funcionários da empresa ferroviária São Paulo Railway Company, junto com os empregados da Companhia de Gás (Gas Company), foi dado início à prática do futebol no país. Todos os jogadores que compunham as equipes eram ingleses radicados no Brasil.
Na primeira partida, o SPR venceu a companhia rival pelo score de 4 X 2, com direito a dois tentos realizados pelo paulistano introdutor do esporte no país.
O São Paulo Railway Athletic Club formou-se como time profissional em 1919. Disputava os campeonatos organizados pelas entidades que comandavam o esporte no estado, obtendo boas colocações. Em 1946, quando a ferrovia que interligava São Paulo ao litoral santista encerrou suas atividades, o time da Rua Comendador Souza teve que mudar seu nome.
Em uma partida amistosa com o Clube de Regatas do Flamengo, o time jogou o primeiro tempo como SPR. No segundo, surgia uma equipe diferente. Era o início do Nacional Atlético Clube, nome dado em homenagem a “nacionalização” da estrada de ferro.
O jogo terminou com vitória do rubro-negro carioca por 4 X 2, amargando um pouco o fato que aconteceu na história do futebol paulista.
Em 1959, o Nacional começava a viver seus anos de declínio. Foi rebaixado para divisões inferiores, ficou pelo menos duas vezes sem disputar campeonatos oficiais. Perdeu os poucos adeptos que ainda possuia. E o prestígio e a admiração no passado deram lugar ao ostracismo e ao esquecimento da mídia esportiva.
O clube, conhecido por suas alcunhas Nac, Naça ou o Ferrinho, foi sucumbido pelos maus resultados dentro e fora de campo e até hoje se encontra em um estado precário, apesar de resguardar o respeito e o carinho de simpatizantes e pessoas que já acompanharam de perto a trajetória da equipe.
Atualmente, o Nacional Atlético Clube disputa a Segunda Divisão do Futebol Paulista (equivalente a quarta divisão), buscando o acesso às divisões acima. Os principais títulos conquistados foram dois Campeonatos Paulistas da A3 e duas Taças São Paulo, pouco para um clube que teve tudo para se tornar um dos grandes da capital.
Sem tantos investimentos e parcerias que não deram resultados positivos, a equipe ferroviária ainda tem no passado o que se orgulhar, por ter feito parte do nascimento do esporte bretão em solo verde e amarelo.
Com o objetivo de relatar a história e os fatos que envolveram o Nacional no passado é que está sendo desenvolvido o documentário “O Futebol Nacional de Hoje”, que trará depoimentos de funcionários,ex-jogadores, imprensa especializada e dos poucos torcedores que ainda restam. Um dos questionamentos que temos: a tradição e a paixão têm conseguido resistir ao tempo? É o que pretendemos mostrar!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Moda, uma questão de bolso

Quais são os grandes motivos que levam as pessoas a comprarem as últimas tendências de peças de marca e o porquê desta ambição

Por: Leandro Massoni


Novidades que surgem no mercado, o bem estar e o status mais elevado por conta da variedade de grifes e de roupas de marca mais fortes, enchem os olhos dos consumidores na hora de comprar uma vestimenta. Nesses casos, o desejo fala mais alto do que a necessidade de apenas se vestir. O fato de poder usar uma peça de determinada marca pode dizer se esta pessoa é consumista pelo que paga, apenas para vestir uma calça, um tênis ou uma camiseta.

Hoje a moda trabalha com determinados públicos e gostos. O surfe é um dos estilos mais comuns da garotada na faixa de 12 aos 25 anos. As roupas de modelos famosas que desfilam nem passarelas servem apenas como tendências que os estilistas atribuem para mostrar a elasticidade dos tecidos, mas não sendo usadas para o comércio popular. Existe a tendência “Pret-a-Poter” (Expressão francesa) que significa uma roupa pronta para ser usada ou levada das lojas. As indústrias francesas produziam em série peças em razão de baratear o produto. É comum vermos pessoas que estejam vestindo uma camiseta mais simples, calças jeans básica e um tênis, pela praticidade e opção mais rápida na hora de escolher. Os preços mais elevados determinam a importância de marcas mais conhecidas e que trabalham com o aspecto da imagem.

Fatores como o consumismo são efeitos do apelo emocional de uma marca. O fato de um produto ser de uma determinada marca ganha mais força no mercado, não apenas pelo seu preço, mas pela sua busca de vestir a marca e se tornar fiel ao produto. Se a gente for calcular, os gastos com roupas de surfe podem variar de R$ 50,00 a quase R$ 1.000,00 por mês, dependendo da marca e qual seja a vestimenta, além da quantidade. O consumismo pode ser considerado fator psicológico, pois a moda acaba determinando o que você deve usar para se sentir mais autoconfiante e seguro de poder adquirir o produto.

sábado, 24 de março de 2012

E lá se foi o humor original brasileiro

Humorista Chico Anysio faleceu nesta sexta-feira (23) aos 80 anos por falência múltipla de órgãos. Corpo será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


Quem já deve ter ouvido bordões como “E o salário, ó...” do conhecido Professor Raimundo, sabe quem o fez, fez com muito carinho, assim como tantas outras figuras humorísticas que passaram na tela de nossa TV. Chico Anysio deixou fãs e admiradores de seu trabalho brilhante na dramaturgia e no humor brasileiro. Por conta da falência múltipla de seus órgãos, não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e veio a falecer no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, às 14h52 desta última sexta-feira.

O corpo do humorista será velado no Theatro Municial, no Centro do Rio, neste sábado (23) e o velório será aberto ao público à partir das 12h. No domingo, será cremado no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. O horário da cerimônia ainda não foi divulgado. O governador do Ceará, Cid Gomes, decretou luto oficial no Estado por três dias.

O comediante havia apresentado uma piora nas funções respiratórias e renal na última quarta-feira (21), tendo que respirar com ajuda de aparelhos durante o dia todo. Ele estava internado no CTI do Hospital Samaritano desde o dia 22 de dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante teve o problema controlado, mas apresentou infecção pulmonar e retornou à clínica. Chico seguia sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas ao controle com antibióticos.

Chico Anysio deixa na lembrança daqueles que tiveram a oportunidade e o prazer de lhe acompanhar personagens marcantes. Alberto Roberto, Bento Carneiro, Bozó, Painho, Haroldo, Coalhada e tantas outras faces foram presentes durante 65 anos de carreira do humorista, sendo grande parte de sua vida dedicada à alegria, descontração e entretenimento com mais de 200 personagens diferentes para um público que precisava fugir dos problemas do dia-a-dia em um momento onde pudesse encarar aquelas situações de forma mais cômica e engraçada. Chico teve participações em programas de humor próprios na TV Globo como “Chico City” (1973-1980), “Chico Total” (1981 e 1996), “Chico Anysio Show” (1982-1990) e "Escolinha do Professor Raimundo" (1990-1995). Mais recente, fez algumas participações no humorístico “Zorra Total” em 2011.

Anysio também fez algumas participações em novelas e especiais da emissora como “A Diarista” (2004), “Sinhá Moça” (2006), “Pé na Jaca” (2007) e “Guerra e Paz” (2008). Anysio teve um quadro fixo no programa “Fantástico” por 17 anos (de 1974 a 1991) e fez a supervisão da criação do humorístico “Os Trapalhões” no início da década de 90. O humorista deixa oito filhos e completaria 81 anos no dia 12 de Abril.