segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Jobs: Um mito da era digital

A trajetória do cientista e empresário da Apple Steve Jobs dentro do mundo digital teve seus altos e baixos, mas deixou seu legado para milhares de adeptos a seus produtos que inovaram o mercado tecnológico

Por: Leandro Massoni


Definitivamente, ficamos perplexos ao saber de sua lamentável morte. Mesmo estando ciente de seu estado de saúde grave devido ao câncer, Steve deixou um legado de fãs e de pessoas que o admiravam pelo seu caráter e postura, além é claro de seus grandes feitos em prol do mundo tecnológico.

Mas Steve não começou alto para terminar do mesmo jeito. Passou por desafios e teve que superar traumas ainda quando recém-nascido. Sendo rejeitado pelos pais por duas vezes, Jobs passava sua infância freqüentando cultos religiosos em troca de um prato de comida. Aos 17 anos, entrou na faculdade Reed College, em Portland, Oregon. Após seis meses, abandonou os estudos por conta dos elevados custos que tinha ao cursar a universidade.

Mas a vida de Jobs começou a dar a volta por cima. Ao lado do então parceiro na época Steve Wozniak, na década de 1970, fundou a empresa Apple. Com a grande capacidade de Wozniak no ramo eletrônico, surgiu a Apple I, o primeiro computador pessoal do mundo. A venda de 200 unidades do projeto obteve-se o lucro de US$ 666,66.

Mas o sucesso da empresa, que mais tarde iria ganhar o reconhecimento do mundo, estava apenas começando. O lançamento da plataforma Apple II, bem mais acabada e prática ao tirar da caixa sem precisar montar decolaram nas vendas e elevou o nome da empresa. O surgimento do Macintosh como uma grande inovação no mundo tecnológico, com uma interface gráfica melhorada, com tela colorida e sem as linhas de códigos abaixo do monitor, além da criação do mouse para auxiliar em seu manuseio. Com grande sucesso, dando origem a um mercado mais concorrido em que outras empresas (como a Microsoft) tentaram seguir com as mesmas idéias.

Mas nada é tão fácil quando conseguimos o sucesso. Jobs teve períodos conturbados dentro da Apple. Idéias entrando em discordância com altos escalões e brigas constantes fizeram do então fundador a sua expulsão da empresa em 1984. Mas Steve não parou por ai. Com sua criatividade, fundou a NeXT Computer, especializada em desenvolvimento de softwares, além de uma divisão de computação da Lucasfilm em 1986, comprando um estúdio de computação gráfica chamada Graphics Group. Seu foco mudou e passou a criar animações gráficas, e a empresa se chamaria Pixar Studios, a mesma criadora de desenhos animados que levaram multidões aos cinemas no mundo todo como Toy Story, Vida de Inseto e Monstros S/A. A Disney, encantada com o talento do cientista, resolveu comprar a Pixar, tornando Jobs como acionista majoritário.

Mas Steve, que havia saído como causador de problemas, voltou como salvador a Apple em 1997. Nesse período, a empresa andava mal das pernas, quase a beira da falência, apenas concorrendo no mercado de forma discreta. Com Jobs, surge o iMac, colocando componentes que antes eram encaixados no gabinete, dentro do monitor, proporcionando um design inovador e que chamou a atenção de seu público comercial.

Em 2001, Steve lança o iPod, o aparelho Mp3 mais vendido no mundo, e o iTunes, local onde se compravam arquivos de mídias digitais com direitos FairPlay, recolocando a indústria fonográfica que se encontrava à beira da pirataria.

Ao saber sobre o surgimento do câncer no pâncreas, Jobs deixou seus negócios com o empresário Tim Cook para dar início ao tratamento da doença. Em 2007, Steve volta com mais força e lança no mercado mais uma de suas brilhantes criações: O iPhone. Com um teclado Touch Screen, com funções fáceis e práticas para serem usadas e bateria com mais tempo de duração. O aparelho conquistou grandes expectativas, resultando na venda de mais de 1 milhão de aparelhos durante seus primeiros 90 dias nas lojas em todo o mundo, e as empresas concorrentes teriam que se “mexer” para acompanhar a evolução da Apple.

No ano de 2009, o câncer de Steve reaparece, desta vez no fígado. Mais uma vez, uma constante batalha pela vida levou o cientista a deixar novamente o posto da Apple para fazer um transplante de órgão.

Em 2010, a chegada do iPad, mais uma inovação de Jobs no mercado, que seriam os Tablets mais avançados, com mais de 4,5 milhões de unidades vendidas em apenas três meses, superando números como o DVD, que em seu primeiro ano apenas vendeu 350 mil unidades.
Mas parecia que a doença não daria trégua ao criador da Apple. Neste mesmo ano, no dia 24 de Agosto, o cientista e empresário entregou seu cargo a Tim Cook, que cuidava interinamente de seus negócios enquanto se tratava e se afastou definitivamente da empresa. O golpe mais duro, para Steve e a todos nós chegou à tona. No dia 5 deste mês de Outubro, Steve Jobs veio a falecer devido ao câncer no fígado.

Steve deixou não apenas seus inventos, mas proporcionou ao mundo uma nova visão à tecnologia, uma evolução na era digital inigualável e o carisma e admiração de milhares de pessoas que o acompanharam durante sua trajetória dentro da ciência. Abriu as portas para novas descobertas, e deixou o caminho para o prosseguimento delas.