quarta-feira, 13 de julho de 2011

Matéria do Jornal do Brasil publicada no dia 12 de Novembro de 1910

Revolta no porto agitou a noite do dia 11 de Novembro, deixando a cidade inquieta pelos disparos e por grande alvoroço

A rebelião dos marinheiros começou as 22h00. Indignados pelo tratamento que lhes eram oferecidos. A noite desta sexta-feira foi tumultuada por disparos de tiros, deixando o 2º Tenente Álvaro Alberto gravemente ferido, após ser apunhalado pela esquadra.

Por: Leandro Massoni


A cidade viveu uma noite turbulenta com a revolta dos marinheiros no porto. Havia um boato que o JB havia escutado que algo estava fora do normal na esquadra. O Arsenal da Marinha não conseguiu dar uma resposta sobre o fato. Mas ao ser observado no mirante, algumas unidades de guerra como o Minas Gerais, que usavam seus holofotes e as sirenes das lanchas ecoavam que algo estava acontecendo.

Os disparos dos tiros evidenciavam que o conflito estava armado. A praça de guerra encontrava-se fechada, sem acesso aos pedestres. Muitos oficiais da Armada tiveram que permanecer no local por muito tempo. Segundo o 2º Tenente Trompowsky, do Batalhão Naval, o motivo da revolta seria devido à escassez de praças a bordo para o serviço, que era demasiado. O fato haveria de ter começado as 22hs, quando o Capitão de Mar e Guerra, Batista Neves voltava do Navio-Escola francês Dughay Trovin, onde participava de um jantar com o comandante La Croix de Gastries, em retribuição pelos elogios aos franceses. Chegando a bordo no porto, foram recebidos pela grande fuzilaria, obrigando-os a fugir, ao acharem que estavam desabrigados e desarmados.

Segundo Trompowsky, os marinheiros haviam apunhalado o 2º Tenente Álvaro Alberto, que estava em serviço na ocasião. Segundo ainda o Capitão-Tenente medido Dr. Raymundo Catanhede, compareceu a bordo do Minas Gerais para atender o Tenente Álvaro, com estado gravíssimo, junto com o Almirante Gavião Pereira e o capitão Batista Neves, após Trompowsky prevenir os almirantes referidos.

O presidente da República estava na Tijuca numa festa em comemoração ao Dr. Fonseca Hermes, quando foi avisado pelo Ministério da Marinha sobre a rebelião. Foi para sua residência, em Guanabara, onde alguns amigos o aguardavam. O Ministro do Interior e comandante da Força Policial havia dito que se tratava de uma exigência da esquadra, para por fim no regime do castigo corporal, exigindo uma resposta de consentimento e promessa quanto ao pedido, sob pena de bombardeamento a cidade.

Nenhum comentário: