segunda-feira, 25 de julho de 2011

Realizado por ser jornalista

José Alves Trigo, jornalista e professor universitário, abre o jogo e revela suas grandes conquistas profissionais e pessoais, descrevendo suas origens

Por: Leandro Massoni



De infância humilde, José Alves Trigo nasceu em Juquiá, no interior paulista. Filho de Ramiro Trigo e Dalvina Trigo, aos 50 anos, é casado e possui dois filhos. Possui gosto musical pelo jazz, rock progressivo e MPB. Trigo afirma que duas coisas são essenciais na vida profissional: O talento naquilo que faz e a sorte por conseguir boas colocações no mercado de trabalho.

Começou sua carreira no jornalismo no jornal Tribuna de Santos como correspondente, fazendo notícias regionais. Havia trabalhado na revista Som três, de música, da Editora Três, onde conheceu figuras jornalísticas como Maurício Kubruski. Fazia entrevistas com cantores conhecidos e bandas como Kiss e RPM. Atuou também na Folha de São Paulo da região santista. Trigo comenta que uma de suas matérias que a considera como a melhor foi sobre o desabamento de uma ponte que interligava São Paulo a Coritiba.

Em 1979, surge o convite para trabalhar na Revista Veja. Um dos fatos mais curiosos foi que, ao chegar na edição, o próprio diretor da revista pergunta se ele havia feito o teste de admissão. Sem poder contar com apenas a indicação, Trigo, ao fazer o primeiro teste na máquina de datilografia, teve péssimo resultado. Na segunda tentativa, em outra máquina, se saiu melhor, e acabou sendo contratado. A revista exigia a faculdade na área. Entrou na FIAM, se formando em 1989. Ainda concluiu o mestrado de três anos na Faculdade Cásper Líbero. O jornalista revela que nunca tinha pego exames ou os chamados “DPs”, e que sempre se considerava como um aluno exemplar, mas que também não deixava de beber com seus amigos depois das aulas.

Uma de suas maiores realizações na vida profissional foi fazer parte do núcleo da Folha de São Paulo (na Capital), onde ficou mais de 20 anos escrevendo na área de Política e Economia. Conheceu grandes personalidades com quem teve o prazer em conviver como Cláudio Abrão e Bóris Casoy. Trabalhou no plantão da madrugada da revista ao lado de Valmir Salária e Décio Piccini. Em 1996, mais um convite, desta vez pela ABRANET (Associação Brasileira de Internet), ainda no período da explosão da “Bolha da Internet”, assumiria o cargo de diretor executivo de redes. Trigo comenta que tinha pretensões em trabalhar no site da Uol, ainda quando estava na Folha. Se ofereceu por muitas vezes, mas falhas foram as tentativas.

No ano de 1992, começa a dar aulas em faculdades. Em 2003, chega a Unip, onde acaba se tornando coordenador do curso de jornalismo do campus Norte. Trigo se diz bem sucedido na vida profissional. Apenas têm uma frustração: Não ter escrito nenhum livro. Pois muitos de seus colegas haviam feito, sentindo-se como se algo lhe faltasse para contemplar sua jornada na área. Mas se tivesse oportunidade, não deixaria de falar sobre comunicação. Em relação a referências, Trigo diz que são poucas, apenas admira os trabalhos de Gilberto Dimenstain e do próprio Bóris. Um dos pontos positivos que o jornalista destaca tenha sido o convite para trabalhar na Folha de São Paulo. Não teve grandes decepções, mas afirma que esses tipos de situações ocorrem durante a vida. “Conhecemos as malas por acaso. Não devemos colocar grandes expectativas e entusiasmo nas pessoas, pois podemos ter grades desilusões”. – Diz Trigo.

Trigo ainda aconselha os novos ingressantes na área em relação ao curso, enfatizando o crescimento dos novos meios de comunicação. “Vejam com carinho a área da tecnologia, façam blogs. Se tiverem oportunidades, façam linguagem de corporação, comprem revistas, mexam no computador, estejam atualizados. Entrem de cabeça nesta área que é muito rica de conhecimento”. – Comenta o jornalista.

Nenhum comentário: