quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A vida como encarada

Ex-craque são-paulino Raí expõe sua trajetória e suas conquistas pessoais e no futebol com determinação e esforço de um líder

Por: Leandro Massoni


Nascido em Ribeirão Preto, aonde deu seu pontapé inicial na carreira profissional como jogador de futebol no Botafogo local, Raí, aos 45 anos, preside ao lado do também ex-craque Leonardo, com passagens pela Seleção brasileira e Paris Saint-Germam(França). Irmão de Sócrates, veio de uma família de maioria de homens, sendo o mais novo entre eles. Casou com apenas 17 anos. Criou duas meninas durante sua passagem em Paris. Com Cristina, sua primeira esposa, dos 18 aos 33 anos. Foi avô aos 34 anos. Enfrentou a separação. Sua filha Noáh aproveitava a oportunidade de conviver entre dois lados, o da mãe e do pai. Mas o convívio familiar o fortaleceu em sua dedicação, tanto a ela, quanto no futebol. Junto do também ex-craque Leonardo, companheiro no time francês, atuam a mais de dez anos no projeto Gol de Letra, em parceria com a UNESCO, que envolve mais de mil garotos e garotas, nos estados do Rio e de São Paulo, na luta pela melhoria na dignidade e por um esporte de grande nível e de quem já fez desta sua profissão.

Respeitado e visto como um dos grandes ícones do esporte brasileiro. Apesar de lidar sempre com a atmosfera de sua imagem sendo repercutida e a pressão por ser uma referência entre o meio social. Raí era visto como um líder dentro e fora de campo. Nunca violento e agressivo, mas sempre em defesa com a razão. Perguntado sobre o caso de Bruno, ex-goleiro flamenguista, acusado de assassinato, além de outros como o “Imperador” Adriano e Wagner Love, envolvidos com traficantes cariocas, Raí explica que hoje é difícil segurar os instintos de um garoto que sonhe em brilhar um dia em um grande clube, e com grandes possibilidades de vestir a camisa verde e amarela, e que o envolvimento com estes tipos de companhias acabam surgindo, sendo um grande desafio que o atleta deve tomar. Hoje, a chamada “era do romantismo” do futebol foi substituída por uma era de pressões psicológicas e físicas, envolvendo a preparação do atleta em todos os sentidos. Os agentes do futebol, por muitas vezes, acabam sendo responsáveis por estes casos, como relata Raí. Muitos clubes acabam não aceitando esses fatos envolvendo jogadores, descriminando-os pelo seu comportamento. O fato de que precisa trabalhar a mente de um jogador para que tenha condições exatas de atuação e que saiba o que realmente esteja fazendo.

Raí fala que Leonardo tinha detalhado sobre um centro psicológico no Milan(Itália), o "Milan Lab", como uma espécie de uma reabilitação da mente do jogador e como trabalhá-la por meio de terapias exercidas no clube italiano. O ex-jogador são-paulino havia dito que aos 33 para seus 34 anos tinha realizado um tratamento terapêutico, e que durante os treinamentos pedia para o técnico Levir Culpi, que naquela época estava no comando do tricolor, para sair um pouco mais cedo para assistir as terapias, como forma de melhorar sua capacidade psicológica e lidar com essas pressões por meio da confiança em si. Assim como foi lidar com a mudança para a França durante sua passagem pelo Paris Saint-German, que, ao pisar em solos franceses, mal sabia falar a língua local e teve muitas dificuldades em relação à adaptação ao país. Raí defende a capacitação de profissionais aptos para realizar esses trabalhos e que devem estar sempre preparados para os possíveis problemas a surgir na mente de jogadores, citando o caso de modelos e das pessoas no que se passa pelas suas mentes.

O fanatismo também foi muito bem abordado pelo ex-craque. Raí explica que quando se referiu a este tema, surgiu o fato de que jogadores e atletas acabaram se apegando mais para a religião, sendo uma salvação para todos os seus problemas. Incluindo a salvação de jovens e de crianças que acabam indo para o mundo da violência e das drogas. Raí defende que na Fundação Gol de Letra este tipo de trabalho é muito inserido, como a forma de proteção e abrigo para quem freqüenta a entidade e como refúgio dos problemas familiares. Assim, vendo o futebol como um meio que ajude a tirar esses jovens e crianças das ruas e torná-los cidadãos de bem e respeitados pela sociedade. Leonardo, um dos parceiros de Raí na fundação do projeto, se mostra ativo, e quando vem ara o Brasil, fica na sede do Rio acompanhando todos os processos.

Quando perguntado sobre a possível chamada de seu companheiro de Gol de Letra para assumir a Seleção brasileira, além de uma polêmica envolvendo o ex-treinador do São Paulo e ex-companheiro dos tempos de jogador, Ricardo Gomes, Raí desconversa, não diz quem é o melhor, mas deixa comprovado que como jogadores e técnicos hoje são grandes pessoas e que já conquistaram importantes marcar para o futebol brasileiro. Em meio às discussões, uma curiosidade pairava durante esta parte da entrevista. Qual torcida era a melhor entre São Paulo e Paris Saint-German. Raí responde que a torcida tricolor é forte, e cresce durante as decisões pela Taça Libertadores da América. Mas quando o time não vai bem, silencia as arquibancadas. Já a dos franceses são muito bem receptivas e aplaudem, muitas vezes, durante as partidas pelos campeonato local. Raí já tinha tido experiência como comentarias ta esportivo. Na última Copa do Mundo, realizada na África do Sul deste ano, esteve na TVPlus da França, acompanhando de perto o grande vexame da seleção comandada por François Domenech.

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