segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A supremacia do futebol paulista no ano de 2015

O futebol brasileiro cada vez nos deixa intrigado, confuso, e ao mesmo tempo, eufóricos e extravagantes ao extremo. Nesses últimos meses que antecedem a chegada de um novo ano, tivemos (nós, paulistas) a felicidade de sermos contemplados com as conquistas de Corinthians, Palmeiras e Santos. O primeiro, que levantou o sexto título do Campeonato Brasileiro, jogando um futebol invejável e quase impecável. Foram 81 pontos conquistados até a reta final do torneio. Na minha opinião, ninguém jogou mais do que o time de Parque São Jorge neste e nos anos anteriores, quando o campeonato começou a ser disputado por pontos corridos.

O segundo, por sua vez, trouxe uma verdadeira “penca” de jogadores. Muitos, inclusive, alternaram bons e péssimos momentos com a camisa alviverde. Outros, da desconfiança, pularam para o protagonismo de forma imediata após a conquista da Copa do Brasil, a terceira vencida pelo Verdão, em uma final de tirar o fôlego e o coração da boca de torcedores palestrinos e santistas. O Santos que já foi de Pelé, Robinho e Neymar, que assim como no título paulista deste ano (em cima do próprio algoz Palmeiras) fez uma excelente campanha, não tenho dúvidas. Tem um time jovem e consistente, mas o que prevaleceu foi o fator casa do Palmeiras, que assim, em uma de disputa de pênaltis inédita em uma final deste campeonato, conseguiu se sobressair (graças a Prass, defendendo e cobrando o último arremate ao gol adversário).

Contudo, há uma pergunta que devemos nos fazer: qual foi o título mais épico ou dramático conquistado este ano pelos paulistas? O Santos, que conseguiu o seu 21º caneco estadual, o Corinthians, que venceu o Brasileirão com extensa folga, ou o Palmeiras, que na raça e no sofrimento do início ao fim, conquistou a Copa do Brasil?

Difícil. Essa é a palavra que veio na minha cabeça hoje pela manhã. Após a última rodada do campeonato nacional, analisei meio que por cima o desempenho de cada um. O Timão, líder e campeão, indiscutivelmente, foi o melhor. O Santos largou o torneio em busca da vaga à Libertadores via Copa do Brasil, e o Palmeiras fez o mesmo, porém, há ainda a questão de que o time vinha capengando nos últimos jogos, sofrendo derrotas e gols bobos e sem explicações. O São Paulo, bem, está de parabéns, pois havia conseguido seu objetivo de se classificar (pelo menos na fase “pré”) à competição continental.

Pois é, então, se por acaso eu fosse perguntado por um amigo ou outra pessoa qualquer sobre qual teria sido a “melhor conquista” pelos paulistas, diria na seguinte escala:  primeira, seria a do Palmeiras, uma vez que uma agremiação, que tivera passado sufoco ano passado com o risco de cair pela terceira vez à Segunda Divisão Nacional, e que no ano seguinte, com diversos apoios financeiros (Prevent Senior, Crefisa e Faculdades das Américas (FAM)), mais um elenco recheado de novas caras, e ainda sem muito entrosamento (o que foi visível até o final deste ano), reverteu toda a desconfiança por parte da torcida e dos críticos em um título que coroou de vez o trabalho de Marcelo Oliveira e Paulo Nobre, principal responsável pela transformação alviverde.

Em segundo, o Santos, que já tivera anunciado no ano passado de que o time passaria for reformas e que não haveria contratações de grande peso para o ano seguinte, revelou-se um excelente esquadrão formado pela garotada da base e assim, celebra ainda no primeiro semestre de 2015 o Campeonato Paulista, vencido em casa diante do rival de Parque Antártica nos pênaltis. E apesar de não ter conquistado o segundo importante torneio nacional e a vaga à Libertadores, o ano seguinte ainda há de ser próspero aos meninos da Vila Belmiro comandados por Dorival Júnior e o artilheiro-pastor Ricardo Oliveira.

Em terceiro, o Corinthians, que em comparação aos anos anteriores, mostrou um futebol mais técnico, voraz, entusiasmante e sem igual. Deixou de ser o time do “empate fora de casa está de bom tamanho”, “um a zero é goleada”, para ser a equipe de melhor rendimento desde quando o Campeonato Brasileiro adotou a forma europeia de pontos corridos. Mas também, com um elenco que joga junto há quase três anos, com um técnico consagrado como o Tite e que conhece tão bem o alvinegro quanto os presidentes anteriores da agremiação alvinegra, e peças que vieram sob olhar de desconfiança – Vagner Love, por exemplo – para substituir “medalhões” quase insubstituíveis como Guerrero – que atualmente vive incertezas no lado da Gávea, jogando pelo Flamengo –, que provaram ser melhores do que a encomenda. O título veio com tamanha antecedência, faltando quatro rodadas para o final da competição. Mas o esboço de reação que começou na 18ª rodada, logo se transformou na coroação de toda uma equipe disciplinada dentro de campo.


E o São Paulo? Bom, volto a dizer: parabéns pela conquista da vaga à Pré-Libertadores. Mais sorte para o ano que vem, ok?

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Cidadão Kane: o filme que todo jornalista precisa ver

Lançado em 1941, o filme norte-americano “Cidadão Kane” foi considerado o maior filme de todos os tempos, envolvendo o trabalho do jornalismo investigativo na época.


Durante todos esses anos, desde quando a indústria de filmes de Hollywood começou a produzir grandes sucessos áudio visuais, nenhum outro foi tão certeiro e perspicaz para retratar a indústria midiática quanto “Cidadão Kane”, que ao meu modo de ver, é um filme imprescindível na vida de qualquer jornalista, formando, foca ou quem deseja mesmo entrar e conhecer mais a fundo a área de comunicação.

Lançado em 1941, o filme norte-americano, traduzido em português de Portugal para “O Mundo a seus Pés”, do gênero ação e drama, foi dirigido por Orson Welles, tendo sido o primeiro dirigido pelo também ator e roteirista – que no ano seguinte, levou o Óscar de melhor roteiro com o longa-metragem.

Com técnicas narrativas e diferenciados enquadramentos fotográficos, o filme trouxe inovações à cinematografia da época, fato que o elevou, mais tarde, a ser considerado o melhor filme de todos os tempos, segundo a crítica especializada, chegando, inclusive, a figurar em primeiro lugar na lista do American Film Institute (AFI).

O filme

O longa de Orson Wells inicia já com o protagonista morto, para dessa forma, mudar a cronologia dos fatos, uma vez que a história baseia-se na vida do considerado magnata do jornalismo William Randolph Hearst, através de Charles Foster Kane, um pobre e humilde menino que na fase adulta, chega ao status de um dos homens mais ricos do planeta.

Logo depois de inúmeros dias com notícias de cunho sensacionalista sobre sua morte, o jornalista Jerry Thompson, vivido pelo ator William Alland, juntamente com um grupo da redação, acaba sendo enviado por seu chefe para fazer uma investigação sobre a vida de Kane, no propósito de levantar o significado de sua última palavra dita: Rosebud – que em português, significa botão de rosas.

Então, Jerry parte em busca de fontes. Entrevista pessoas ligadas a Charles, e por fim, acaba entrando de cabeça na história do homem, visto como solitário, e que desde a infância, era obrigado a ter de seguir contra suas vontades, pois nenhuma das pessoas que o cercavam se importavam com ele. E nisso, Kane tentava busca, através da aquisição de bens, a atenção da sociedade.

No final do filme, Thompson, depois de dias cansativos de investigações e sem resultados plausíveis, chega à conclusão que a palavra pronunciada por Kane minutos antes de sua morte talvez tenha sido algo que ele nunca tenha possuído ou perdido.

Contudo, o jornalista estava enganado. O público acaba descobrindo de outra forma que Rosebud era apenas o nome do trenó da infância de Charles, alusivo à única vez em sua vida que se sentiu realmente feliz, e que posteriormente, foi jogado para o lixo e em seguida, queimado em um forno pelas pessoas que estavam indo com destino a Xanadu.

Naquele tempo, a mídia especulava que a palavra Rosebud devia de ter um sentido de grande importância para Kane, pelo simples fato de ter sido a última palavra do magnata. E por meio de toda essa trama, que acaba envolvendo um ar de mistério, a vida de Kane é passada aos olhos do espectador, a primeira vez, dessa forma: escândalos, luxuosidades em demasia e uma vida pública bastante conturbada.

Porém, no final, a plateia, enfim, capta a ideia e a essência de toda história. O menino criado na pobreza, e que na fase adulta, torna-se um poderoso milionário no ramo do jornalismo, na verdade, queria mesmo resgatar as memórias do passado, a simplicidade e a inocência que perdera ao longo do caminho. Fator esse que acabou passando despercebido pela imprensa investigativa local.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Filme “O Mercado de Notícias” teve pré-estreia no centro de São Paulo

Autor do documentário, Jorge Furtado explicou como criou o longa-metragem e discutiu sobre o futuro do jornalismo.

Por: Leandro Massoni

Um filme que descreve de forma mais precisa como se encontra o mercado do jornalismo e para o jornalista. “O Mercado de Notícias”, longa-metragem dirigido e escrito por Jorge Furtado, o mesmo diretor de filmes nacionais de grande sucesso como “O homem que copiava”, “Doce de Mãe” e “Meu tio matou um cara”, pode ter sido uma das melhores definições para a situação atual da área de comunicação social.


Nesta terça-feira, dia 4 de agosto, a obra áudio visual teve sua pré-estreia no Espaço Itaú de Cinema, localizado na Rua Augusta, no centro capital paulista.

Contando com o depoimento de 13 jornalistas brasileiros de grande destaque, entre eles, Bob Fernandes, Mino Carta e Geneton Moraes Neto, o filme abordou sobre o sentido e a prática do jornalismo em meio às mudanças da maneira de consumir notícias e o futuro da profissão, sendo mostrado também através do enredo da encenação teatral feita pelos atores que fazem parte da versão brasileira de “O Mercado de Notícias”, peça escrita pelo dramaturgo, poeta e ator inglês Bem Jonson.

Porto alegrense, Jorge passou pelos cursos de medicina, psicologia, artes plásticas e até mesmo de jornalismo antes de seguir a carreira como cineasta. Mas como ele mesmo contou, quando sabatinado pelo editor adjunto da “Ilustrada”, editoria da Folha de S. Paulo, Fabio Victor, após a exibição do longa-metragem, mesmo não seguindo na área de comunicação, sempre foi e se considera um aficionado por notícias.

O diretor afirmou que, mesmo com a não obrigatoriedade do diploma, imposta pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acredita que precisamos ainda formar profissionais mais capacitados e preparados para o mercado e que saibam verificar de forma concisa as fontes das informações.

O diretor e escritor Jorge Furtado sendo sabatinado pelo editor coadjunto da "Ilustrada", Fabio Victor, após a exibição do documentário "O Mercado de Notícias", no Espaço Itaú de Cinema, no centro de São Paulo | Foto: Leandro Massoni
Jorge explicou um pouco sobre a época do Golpe Militar de 1964, quando os jornais eram muito parecidos, tanto pelos layouts quanto pelas informações. Após a eleição presidencial de Luís Inácio Lula da Silva, em 2002, ele acredita que os veículos impressos começaram a ser mais oposicionistas.

Quando perguntado sobre a concepção de seu mais recente trabalho no cinema brasileiro, relatou que precisou pesquisar a história do jornalismo desde o uso das prensas móveis por Johannes Gutenberg até descobrir a peça teatral com o nome homônimo de seu filme, de autoria de Jonson. Foi então que teve inspirações para criar o documentário, reunindo os mais renomados jornalistas da atualidade.

Quando iniciou a tradução da peça de teatro, alegou ter percebido a transformação que o mercado da comunicação estava sofrendo: quando a imprensa começou a ter o poder para mudar a angulação das notícias.

Segundo Furtado, sobre sua opinião acerca do uso das novas tecnologias e de novos meios para se obter informações, “acho que temos a tendência de menosprezar a tecnologia”, porém, é ela que transforma o resto que está a nossa volta.

“A tecnologia digital transformou o jornalismo, o teatro e a televisão. A arte não se inventa, se acumula. A tecnologia não termina. Estamos vivendo uma revolução que está acontecendo agora. Alguém está pensando no jornalismo digital”, destacou.

Em uma de suas reportagens, com um tom um pouco mais hilariante, Jorge Furtado abordou um dos casos mais peculiares onde podemos encontrar a “barriga”, termo muito utilizado quando afirmamos determinado fato, passando a observar depois que o mesmo era um engano: o “Picasso do INSS”.

A história já vem de tempos. No mês de março de 2004, o jornal Folha de S. Paulo havia publicado na capa de sua edição de domingo o seguinte título: “Decoração burocrata”, reportagem esta que falava sobre um valioso desenho do pintor espanhol Pablo Picasso que se encontrava dias debaixo de luzes fluorescentes e em meio à papelada de uma repartição do governo federal.

Nesse caso, Jorge resolveu usar seu "faro jornalístico" alinhado ao bom humor para descrever o sentido de sua matéria: “os novos ocupantes do governo federal não reconhecem e não sabem lidar com o valor da arte”.


A “barriga” nada mais era que uma reprodução fotográfica sem valor algum (quer dizer, custou 20 dólares) do desenho de Picasso, o que gerou tamanhas repercussões na imprensa. Contudo, os jornais, mesmo alertados de seu grave erro, preferiram não desmentirem a informação.

Em 2005, a Folha de S. Paulo estampava novamente em sua capa a imagem do quadro, desta vez, vítima de um incêndio no próprio prédio do INSS, sendo posteriormente salvo, mesmo contrariando os órgãos públicos. Logo, os jornais foram alertados pelos leitores que se tratava de uma reprodução sem valor. Apesar disso, voltaram a cair no erro e nada noticiaram sobre o equívoco.

E para completar, o suposto quadro do renomado pintor espanhol foi dado, em uma certa época, ao INSS como forma de pagamento de uma dívida. Dá para imaginar isso?

O diretor brinca com o fato inusitado ao falar que somente fez o documentário a pedido de alguns amigos que tinham interesse em saber sobre o “Picasso do INSS”.

Apesar disso, Jorge Furtado acredita que o jornalismo está vivendo “a era do ouro” e que logo mais precisaremos de jornalistas cada vez mais profissionais.

Indagado sobre o que é preciso para se fazer, de modo mais realista e fiel, a cobertura de uma matéria jornalística, ele então respondeu que é tarefa do profissional de comunicação “separar o que é ficção do que não é ficção”.

Para ele, os antigos veículos de imprensa ainda possuem forças para repercutirem suas notícias nas grandes mídias sociais e ainda faz um alerta: o que está em grande risco (apesar de nós, jornalistas, não considerarmos) é a mídia do papel.

Embora haja esse perigo (ou não), Furtado contou que prefere buscar notícias lendo grandes jornais, portais na internet e blogs, como o “Poliarquia”, que ele mesmo cita, voltado para assuntos relacionados à política, pois uma das funções do jornalista é investigar o poder.

“Se você não está em dúvida, é porque foi mal informado”, reforçou seu pensamento, ao lembrar-se da frase contida no cartaz de seu filme.

“É preciso ficar em dúvida para buscar os fatos. É importante ler quem não concorda com você”, completou.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Bombardeio em massa à vista!

Matéria publicada no portal Casa dos Focas: http://www.casadosfocas.com.br/bombardeio-em-massa-a-vista/
Por Leandro Massoni

“O jornalismo é popular, mas é popular principalmente como ficção. A vida é um mundo, e a vida vista nos jornais é outro”. Essa é uma das frases de Gilbert Chesterton, jornalista britânico que desencadeou para nós essa pequena discussão: até que ponto o sensacionalismo é válido para a mídia explorar certos fatos?
Como todos sabem, estamos em volta de um emaranhado sem fim de atrocidades noticiadas como se fossem bombas nucleares a ponto de explodirem em nossos aparelhos televisivos ou mesmo em nossos rádios e computadores. O que eu quero dizer é que hoje o conceito “sensacional” deixou de ser algo do gênero impressionante ou inusitado, passando a ser a catarse de um fato, que sofre modificações em prol do veículo ou público o qual ele deseja atingir.
A grande “sacada” das emissoras de maior porte é trabalhar esse conteúdo explorando momentos sofríveis, angustiosos ou dramáticos. Ou seja, trocando o conceitual e prático pelo desprezível e complexo. Infelizmente, eis a dura realidade do mercado.
Mas nem sempre a procura pelo sensacionalismo é perceptiva entre a maioria da população. As classes minoritárias C e D estão em ascensão e fazem parte do que hoje chamados de “mass media”, que remete-se à Cultura de Massa, que nos leva a dizer que é tudo aquilo que a grande maioria das pessoas, ou seja, a “massa” em si, deseja assistir após chegar em casa depois de um longo e árduo dia de trabalho; da tão suada faculdade que nos coloca mais de mil trabalhos para serem entregues já no fim da semana, sabendo que você ainda está no começo dela; ou até para aqueles que voltaram para seus lares depois de quase três horas seguidas de trânsito regado aos “batidões” do funk dos carros atrás e dos cânticos do ronco dos motores, brindados aos sons de notórias palavras de baixo calão.
A verdade é que, a todo o momento, a todo o segundo, estamos sujeitos aos bombardeios massivos da mídia. Ela, que não mede esforços para obter o que tanto necessita: a audiência, ou mais do que isso, a notoriedade e seu nome falado na boca de todos, bem ou mal, não importa.
Apesar disso, ainda existem aqueles que conservam em si o carinho e o gosto pelo jornalismo mostrado com ética e respeito, longe das fanfarronices provocadas pelos veículos que ainda não possuem fama no mercado e que buscam mais entreter usando o lado cômico do que apenas a obrigação de informar.
Agora, fica essa pergunta para você: após seus quatro anos de jornalismo e das lutas sofríveis contra o tempo para entregar seus trabalhos acadêmicos, o que você espera fazer quando formado?

domingo, 2 de dezembro de 2012

A questão da ética jornalística em jogo

Por: Leandro Massoni


Durante o nosso caminhar da profissão, acompanhamos diversas histórias que envolvem a identidade de pessoas que se encontram envolvidas em casos de polícia e de violência noticiados diariamente pelos veículos de comunicação. Mas o que deve sempre prevalecer é a forma como você trabalha com esses fatos.

No Art. 5º da Constituição Federal de 1998, que diz respeito à liberdade de expressão, também reflete que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, dando segurança ao direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Neste quesito, devem ser avaliados os métodos como são apuradas as matérias levando em consideração a questão da imagem veiculada dos que estão presentes ao acontecimento.

Analisando a forma como a TV trabalha seu conteúdo, existem certos pontos a serem debatidos. A forma como a mídia busca tratar o seu conteúdo visando noticiar a realidade para seu determinado público às vezes pode gerar vários desdobramentos e discussões da forma como foi tratado o tema. É preciso ter delicadeza quando o assunto é expor a imagem de um sujeito que pode ser tanto o bandido quanto uma vítima ameaçada.

Existem hoje muitos programas jornalísticos que têm como objetivo mostrar, por meio de um tom mais policialesco e sensacionalista a forma como o assunto é narrado. Assistimos casos que, até um determinado ponto, começamos a questionar se era o necessário a veiculação de certas imagens, argumentos ou a busca pela notícia através de recursos que se encontram na legislação como ilegais para a prática do jornalismo.

O valor jornalístico é o fator preponderante para o enriquecimento da matéria. Os métodos usados na busca por informações que possam ser relevantes são considerados válidos para a divulgação de uma reportagem com cunho investigativo mais aprofundado.

Um dos casos em que este pensamento se encaixa é o do assassinato cometido pelos irmãos Cravinhos aos pais de Suzane Von Richthofen, a própria mandante do crime em 2002. Recentemente, a revista eletrônica Domingo Espetacular da Rede Record fez uma matéria especial sobre os 10 anos da ação criminosa que chocou o país mostrando as investigações feitas na residência dos Richthofen depois do delito.

As filmagens foram feitas por uma das câmeras da Polícia Militar na época em que fazia a perícia na casa. As imagens mostravam cenas de como se encontrava a residência dos Richthofen após o homicídio dos pais. A câmera registrou objetos espalhados no chão e os pais de Suzane na cama, mortos após a violência cometida pelos irmãos Cravinhos a pedido da filha.

Através do produtor Tony Chastinet, o Domingo Espetacular conseguiu o acesso às informações e veiculou na TV algumas cenas de como a casa se encontrava durante as investigações que estavam sendo feitas pela polícia. Experiente e conhecedor da lei, Tony acredita que a divulgação do material colhido atende tanto ao interesse jornalístico, no sentido de contar como foi a execução dos pais de Richthofen, quanto o interesse público, que desperta a atenção da sociedade por conta da brutalidade do crime e pelo fato do envolvimento de uma jovem de classe média alta, no caso, Suzane, que planejou as mortes de Manfred Von Richthofen e Marísia Von Richthofen.

Por se tratar de um crime grave e de grande repercussão, as imagens ajudam a contar a história ocorrida há 10 anos e mostrar o trabalho de investigação. Certamente, a veiculação de imagens inéditas ajudou na repercussão”, diz o produtor, que ressalta que a polícia ainda não tinha os suspeitos do crime no momento da gravação das imagens, sendo esclarecido o caso alguns dias depois com a prisão de Suzane e dos irmãos Cravinhos.

Para o tratamento das imagens, a edição teve que recorrer a recursos como colocar “blur” em algumas imagens, como forma de borrar cenas que poderiam ser muito fortes em razão ao horário em que passava o jornalístico.

Já em relação a casos diferentes a esse tema, mas com a mesma linha de pensamento,  no futebol, a exposição da imagem de jogadores consagrados em cenas que podem ser consideradas incomuns ou até impróprias rendem bastante polêmica na mídia. Exemplo disso é o ex-jogador Ronaldo. Na volta ao Brasil e jogando pelo Milan, da Itália, o “Fenômeno” teve um suposto envolvimento com travestis em 2008, durante suas férias no Rio de Janeiro.

Na época, o boleiro havia chamado a acompanhante que atendia pelo nome de Andréia Albertini para um Motel. Logo depois, mais dois travestis teriam se juntado a eles. No final daquele ano, o caso foi parar no Tribunal de Justiça. Segundo depoimento de Andréia, que na verdade era André Luiz Ribeiro Albertini, o jogador estava à procura por drogas. Ronaldo o acusou formalmente por extorsão na época.

Dentro deste caso, podemos sugerir que Ronaldo ganharia a causa, pois se tratando da imagem de uma pessoa pública e conhecida em âmbito mundial, o futebolista alegou ser vítima de engano e que a travesti lhe teria chantageado em troca de dinheiro.

Mas vale lembrar que não só apenas estamos questionando a imagem de Ronaldo. A repercussão da história também escandalizou a identidade da acompanhante travesti. Em uma observação feita através de uma matéria divulgada pelo site “Observatório da Imprensa”, em Maio de 2008, o fato de os veículos terem usado mais o nome masculino de registro para se referir à Andréia teriam sido interpretados de maneira pejorativa.

Alguns pontos analisados como a exposição pessoal, o desrespeito à identidade com o uso de pronomes masculinos e a “agressão” da mídia em torno do personagem por ser um travesti e acompanhante, sendo desqualificado seu discurso durante julgamento, também são questionamentos a ser levantados. Assim, podemos dizer que o conselho da LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), órgão que defende a diversidade cultural e humana poderia recorrer a uma ação em favor da preservação da imagem da travesti segundo o Art. 1º da Constituição Federal, que remete a dignidade da pessoa humana, além do Art. 3º que diz sobre a redução da desigualdade social e regional e a promoção do bem a todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Apesar de Andréia ter sofrido estigma social, a travesti não ficaria totalmente impune, sendo indiciada pela acusação de extorsão a Ronaldo. Uma das acompanhantes que estava envolvida depôs ao delegado responsável pelo caso afirmando que houve a chantagem ao jogador por dinheiro. Além disso, Andréia teria de responder pelo furto do documento do carro do atleta sem a autorização do mesmo.

Há um quesito que acredito que seja importante de citarmos. O interesse público que se confronta com o interesse do público, que seria visto como o sensacionalismo que é praticado por muitos veículos de comunicação. Mas como saber distinguir dos dois?
O interesse público tem como objetivo principal mostrar as notícias mais importantes pelo fato de uma aproximação maior com o público em geral, por gerar um grande debate à sociedade em torno do acontecimento e também por ser o acontecimento do dia ou da semana, independente da periodicidade do jornal.

Já o interesse do público posso entender que seja mais específico e detalhista. O que muitos querem ver na notícia como o que é necessário e bastante para se informar, outros querem saber os pormenores da situação. E muitas vezes, a ética do jornalista é um ponto crucial para debates.

E falando neste assunto, como fica a questão do direito à privacidade? O conflito é iminente. Acima do Código de Ética, a Constituição garante não apenas a liberdade de expressão como também veda a censura. O jornalista, de posse de determinadas informações de grau de relevância social, e nisso, tratando-se de uma causa do interesse público, digamos que há uma “brecha” neste sentido. Noticiar um fato de apelo humano gera grandes discussões e opiniões a sociedade, que por meio do que foi publicado, tem suas conclusões.

O jornalista em meio ao mercado visa conseguir seu espaço na área através de seu trabalho. E para isso, às vezes é necessário se submeter a formas como a empresa quer tratar determinados acontecimentos e publicá-los. Umas das cláusulas do Código de Ética dos Jornalistas diz que o mesmo pode querer realizar as tarefas propostas pelo veículo de comunicação por não serem convictas à sua razão e contraditórios ao seu modo de percepção e análise profissional. Então, cabe ao jornalista como lidar com este tipo de situação.

Este argumento pode ser usado de maneira favorável ao jornalista no caso de ganho de causa. Mas o que não se deve ser feito é usar este mesmo fator como uma simples desculpa para não querer produzir. A empresa deve entrar em concordância com seu empregado e buscar da melhor forma resolver esse problema de maneira mais clara e sem empecilhos.

Mais um fator a ser levantado é a questão da autenticidade das matérias. No jornalismo de TV podemos observar que, na maioria das vezes, ao final das matérias, os jornalistas responsáveis pela construção da reportagem, e nisso, estão inclusos editores de texto e produtores assinam a matéria colocando seus nomes como autores do trabalho. Já acompanhei casos em que editores não aceitaram creditar seus nomes pelo fato de as reportagens conterem elementos que foram colocados sem a conscientização do jornalista responsável, havendo muita discussão em torno desta medida.

Neste sentido, se caso o jornalista responsável pela matéria quiser mover uma ação judicial a empresa contratante pode ganhar a causa, a não ser que haja alguma cláusula imposta pelo veículo ao empregado na assinatura do contrato de trabalho, favorecendo o empregador e implicando o jornalista durante o processo.

Estas são questões em que o jornalista necessita-se manter atento e “pisar em ovos” quando o assunto é a busca pelos seus direitos. Muitas empresas, e não digo apenas as de comunicação, consideram seus funcionários como “hipossuficientes,” que não possuem condições plenas pala requerer pelos seus direitos.

A justiça e os órgãos que defendem o empregado, no caso, o jornalista, como a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) que é considerado um sindicato muito forte da categoria, protege a causa e os direitos dos mesmos em razão à prática e o exercício legal da profissão, além de a empresa contratante se encontrar em conformidade e condições regularizadas que permitem proporcionar um ambiente mais agradável e aberto a opiniões e ideias do jornalista, que consegue produzir mais e satisfazer-se com o ambiente em que trabalha.

O jornalista deve acima de tudo ter seu respeito e sua dignidade preservada, sendo respondido por aquilo que publica e não pela sua integridade moral. A profissão requer um equilíbrio entre ambas as partes, mas cabe ao jornalista avaliar o que lhe é viável ou não. A escolha é determinante para o processo de produção e tanto empresa quanto o empregado devem se encontrar em total sintonia em prol a levar a informação ao seu público de maneira séria e profissional.

sábado, 14 de julho de 2012

Entenda o contexto sobre o termo memes


O termo meme foi criado em 1976 por Richard Dawkins em seu bestseller “O Gene Egoísta”. Considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro a cérebro ou onde a informação é armazenada, como em livros, ou em outros locais ou no cérebro. O meme é considerado como uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma se auto-propagar.

Os memes podem ser considerados como idéias ou parte delas, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais ou qualquer coisa que possa ser aprendida e armazenada facilmente e transmitida ainda quando unidade autônoma. Existe um estudo chamado memética, que é especializado nos modelos evolutivos de transferência de informações. Quando o termo é usado em um contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra. Este uso aproxima o termo da analogia da "linguagem como vírus".

Atualmente nas redes sociais é comum vermos frases, imagens, caricaturas ou desenhos que satirizem um fato ou algum acontecimento usando personagens caricatos, anônimos ou até mesmo famosos pelo fato de possuírem traços ou características que sejam apropriadas para o momento.


Vejam abaixo algumas figuras inusitadas:


Nome: Troll Face
Significado: Atualmente, o "Troll Face" é um dos memes mais famosos da Internet. O seu maior significado é de "trollar" pessoas, isto é, irritar alguém e provocar uma discussão sobre determinado assunto. Nas Tirinhas que circulam pela Internet, o "Troll Face" aparece como um personagem malandro e que sempre quer tirar proveito das pessoas.




Nome: Fuuu ou Rage Guy
Significado: O "Fuuu" ou "Rage Guy" aparece nas tirinhas quando o personagem está enfurecido com muita raiva dos acontecimentos do dia-a-dia, proporcionando um ar mais cômico a piada.







Nome : LOL
Significado : O "LOL", que representa a sigla "laughing out loud", que em português significa "rindo demais" ou "rindo muito alto" está sempre aparecendo nas tirinhas em cenas cômicas, quando o personagem acaba "rindo demais" quando acha alguma situação engraçada.



Nome: Forever Alone
Significado: O "Forever Alone", que em português significa "sozinho para sempre", aparece nas tirinhas em cenas onde o personagem está sozinho, muito solitário e sem amigos. Sem dúvida, é o personagem mais triste de todos os memes




Nome: Poker Face
Significado: O personagem "Poker Face" expressa nas tirinhas uma pessoa que está muito constrangida, com muita vergonha da cena em que ocorreu anteriormente na tirinha.






Nome: Me Gusta
Significado: O "Me Gusta" é um dos memes mais feios já criados. O personagem expressa gostos bizarros, estranhos e excêntricos que as pessoas possuem, mas nunca admitem.








Nome: Okay
Significado: O "Okay" expressa situações em que a pessoa está decepcionada com o que acabara de acontecer na tirinha.







Nome: Fuck Yea
Significado: O "Fuck Yea" expressa nas tirinhas os resultados positivos ocorridos pelo personagem durante uma situação, deixando-o cheio de "marra".






Nome: Challenge Accepted
Significado: O "Challenge Accepted", que em português significa "Desafio Aceito" expressa a reação da pessoas quando é feito a ela um desafio muito difícil, e às vezes até impossível. Nas tirinhas, geralmente, os desafios dão muito errados.




Nome: Challenge Considered
Significado: O "Challenge Considered", que em português significa "Considerando o Desafio" expressa a reação da pessoa quando se é proposto um desafio para ela, enquanto ela pensa antes de aceitá-lo.






Nome: Cereal Guy
Significado: O "Cereal Guy" é um personagem que aparece nas tirinhas se expressando sobre algo, uma opinião dele sobre um determinado assunto tratado.



Nome : Freddie Mercury

Significado : O "Freddie Mercury" é um personagem que aparece nas tirinhas para expressar um sentimento de sucesso, de conquista ou de algo que deu certo e se saiu  vencedor.














Nome : Not Bad
Significado : O "Not Bad"que na tradução para o português significa "Nada mau" é inspirado no primeiro presidente negro da historia do Estados Unidos da America, Barack Obama. Este meme expressa o sentimento de uma pessoa quando vê ou ouve algo e acaba ficando sem comentários.





Nome : Pedo bear
Significado : O "Pedo Bear", talvez seja o meme mais tarado de todos. Ele sempre aparece nas tirinhas onde exerce uma expressão de excitação. Geralmente envolve mulheres Ou pessoas em posições ou falas constrangedoras.







Fontes:





sábado, 26 de maio de 2012

O fim da linha para as locadoras


Pesquisas apontam queda de mais de 65% de movimento nos últimos anos. Mais da metade das locadoras já fecharam as portas.
Por Leandro Massoni
Há algum tempo, não muito, era comum a prática de aluguel de filmes em locadoras, como forma de entretenimento e lazer caseiro.
Mas, com o passar dos anos, o advento da tecnologia tem modificado esses costumes. O DVD substituiu o VHS, até pelo custo mais acessível, e agora quem domina esse terreno é a internet.
Segundo o Sindicato das Empresas de Vídeolocadoras do Estado de São Paulo (Sindemvideo), a queda do faturamento foi de 45% de 2005 para 2007, e depois 15% em 2009. O movimento nas locadoras teve uma redução de 65%. O resultado disso é que mais de 55% das lojas fecharam suas portas. No final de 2010, eram cerca de 2 mil unidades em atividade.
Em uma das locadoras da rede Hawaii Vídeo, localizada na zona norte de São Paulo, a funcionária Gabriela Silva, que cuida do balcão de atendimento, diz que a procura por filmes para alugar está sendo muito pouca. E isso tem ocorrido mesmo com o trabalho feito pelos policiais que fazem patrulha no local e ajudam a combater a leva de camelôs e ambulantes das ruas.
Em média, são emprestados da locadora 270 filmes por mês, o que equivale a R$ 2.500. Gabriela diz que é frustrante a situação em que o mercado se encontra por conta do baixo número de clientes. “Mas estamos conseguindo recuperá-los por meio de promoções”, comenta.
A rede possui ainda mais três lojas no Tucuruvi, Av. Conceição e Av. Guapira, esta última com risco de ser fechada, vítima da falta de lucro.
Segundo relatório apresentado pela Receita Federal foram apreendidos R$ 1 bilhão em produtos falsificados. Dados da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) registraram em 2010 mais de 25 milhões de CDs e DVDs retidos por ações de combate à pirataria pelas autoridades públicas e dos agentes da associação. O número de DVDs de filmes recolhidos ultrapassa a marca de 19 milhões.
Para um comerciante de feira livre, que prefere não ser identificado, o fato de o material ficar disponível na internet não justifica uma infração na venda do produto. “Na pirataria, se eu copiar o material original é uma coisa, mas está disponível na internet para quem quiser. O pessoal simplesmente tira e fornece para as pessoas que não possuem esse acesso e que desejam”,diz o vendedor.
Ele consegue vender entre 200 e 300 DVDs por dia, por R$ 3,00 cada e R$ 10,00, quatro unidades. O preço em média de um DVD virgem é de R$ 0,20.
O ambulante afirma que a fiscalização é feita pela Polícia Metropolitana, mas nunca sabe quando ela pode chegar. Ele ressalta que os fiscais agem de maneira abrupta e sem respeito com o trabalho dos camelôs. “É uma ordem deles de levar o material, mas destruir uma barraca como eles têm feito é errado. A polícia tem coisas mais importantes para fazer do que ficar correndo atrás de DVD. Estamos trabalhando, não estamos apontando uma arma na cabeça de ninguém. O pessoal compra se quiser”, comenta.
A pirataria e o acesso livre a links na internet têm prejudicado bastante a vida das locadoras. Redes como 100% Vídeo, Alex Vídeo e Vídeo Norte perderam algumas de suas franquias e começam a migrar para serviços web de locação de vídeos.

Para o proprietário da rede Hawaii Vídeo, Sérgio Pires, hoje a pirataria representa mais de 50% do mercado áudio-visual. Além disso, pesa a falta de tempo das pessoas. “Antigamente você pegava um fim de semana chuvoso e uma das poucas opções de lazer era passar numa locadora e pegar um filme. Hoje em dia, com a internet, tem muito mais opções”, analisa Pires.
Segundo ele, o preço para a compra de um filme, sendo lançamento, é muito alto para as locadoras: 110 reais. Para o consumidor final, o preço varia de R$ 12,90 a R$ 39,90.
As locadoras que devem sobreviver com o tempo são as mais tradicionais. As lojas de bairros movimentados devem agregar outros tipos de serviços, como lojas de conveniência, roupas e brinquedos referentes a personagens de filmes.
A redução dos preços do aparelho blu-ray, o investimento no atendimento e em públicos mais segmentados apresentaram bons resultados nos últimos anos.
A Blockbuster, operante desde 1995 no Brasil, era uma das principais redes de locadoras no mundo. Distribuía os grandes sucessos do cinema hollywoodiano e se tornou referência em muitos bairros. A crise veio se instaurar em 2004, quando o Grupo Lojas Americanas comprou a empresa. A rede veio a declarar falência no país em setembro de 2010, passando todos os seus serviços para o formato online. A Blockbuster teve perdas de US$ 1,1 bilhão em 2008, acumulando no final uma dívida de US$ 920 milhões.
Uma das responsáveis pela queda da rede de locadoras norte-americana foi a Netflix. Desenvolvida em 1997 por Reed Hastings, estabeleceu-se no mercado por conta do seu sistema de fazer assinaturas por um preço fixo, com as quais os clientes podem alugar quantos filmes desejarem.
Na internet, o acesso a sites de compartilhamento de vídeos e músicas vem sendo muito freqüente pelos usuários. Em janeiro deste ano, o Megaupload, que possuía um dos grandes acervos de arquivos no mundo, foi tirado do ar pelo governo norte-americano, acusado de ter dado um prejuízo de US$ 500 milhões a detentores de direitos autorais por conta da pirataria de filmes, séries e outros produtos.
Para Pires, o governo não agiu na hora certa para impedir o “boom” da pirataria com leis mais efetivas. “Em todo o lugar tem pirataria e as pessoas toleram como se fosse uma atividade normal. Se houvesse um combate maior, na nascente, por parte do governo, seria mais fácil. Hoje em dia é muito mais difícil, pois você tira um camelô daqui, faz uma apreensão, mas depois ele recupera tudo o que perdeu em alguns dias. Se a lei fosse comprida de forma mais efetiva, poderia acabar ou dificultar bastante à pirataria, melhorando um pouco a situação das locadoras”, afirma.


Veja matéria sobre o fim das locadoras: