Jobs: Um mito da era digital
A trajetória do cientista e empresário da Apple
Steve Jobs dentro do mundo digital teve seus altos e baixos, mas deixou seu
legado para milhares de adeptos a seus produtos que inovaram o mercado
tecnológico
Por: Leandro Massoni
Definitivamente, ficamos perplexos ao saber de sua
lamentável morte. Mesmo estando ciente de seu estado de saúde grave devido ao
câncer, Steve deixou um legado de fãs e de pessoas que o admiravam pelo seu
caráter e postura, além é claro de seus grandes feitos em prol do mundo
tecnológico.
Mas Steve não começou alto para terminar do mesmo
jeito. Passou por desafios e teve que superar traumas ainda quando
recém-nascido. Sendo rejeitado pelos pais por duas vezes, Jobs passava sua
infância freqüentando cultos religiosos em troca de um prato de comida. Aos 17
anos, entrou na faculdade Reed College, em Portland, Oregon. Após seis meses,
abandonou os estudos por conta dos elevados custos que tinha ao cursar a
universidade.
Mas a vida de Jobs começou a dar a volta por cima.
Ao lado do então parceiro na época Steve Wozniak, na década de 1970, fundou a
empresa Apple. Com a grande capacidade de Wozniak no ramo eletrônico, surgiu a
Apple I, o primeiro computador pessoal do mundo. A venda de 200 unidades do
projeto obteve-se o lucro de US$ 666,66.
Mas o sucesso da empresa, que mais tarde iria ganhar
o reconhecimento do mundo, estava apenas começando. O lançamento da plataforma
Apple II, bem mais acabada e prática ao tirar da caixa sem precisar montar
decolaram nas vendas e elevou o nome da empresa. O surgimento do Macintosh como
uma grande inovação no mundo tecnológico, com uma interface gráfica melhorada,
com tela colorida e sem as linhas de códigos abaixo do monitor, além da criação
do mouse para auxiliar em seu manuseio. Com grande sucesso, dando origem a um
mercado mais concorrido em que outras empresas (como a Microsoft) tentaram
seguir com as mesmas idéias.
Mas nada é tão fácil quando conseguimos o sucesso.
Jobs teve períodos conturbados dentro da Apple. Idéias entrando em discordância
com altos escalões e brigas constantes fizeram do então fundador a sua expulsão
da empresa em 1984. Mas Steve não parou por ai. Com sua criatividade, fundou a
NeXT Computer, especializada em desenvolvimento de softwares, além de uma
divisão de computação da Lucasfilm em 1986, comprando um estúdio de computação
gráfica chamada Graphics Group. Seu foco mudou e passou a criar animações
gráficas, e a empresa se chamaria Pixar Studios, a mesma criadora de desenhos
animados que levaram multidões aos cinemas no mundo todo como Toy Story, Vida
de Inseto e Monstros S/A. A Disney, encantada com o talento do cientista,
resolveu comprar a Pixar, tornando Jobs como acionista majoritário.
Mas Steve, que havia saído como causador de
problemas, voltou como salvador a Apple em 1997. Nesse período, a empresa
andava mal das pernas, quase a beira da falência, apenas concorrendo no mercado
de forma discreta. Com Jobs, surge o iMac, colocando componentes que antes eram
encaixados no gabinete, dentro do monitor, proporcionando um design inovador e
que chamou a atenção de seu público comercial.
Em 2001, Steve lança o iPod, o aparelho Mp3 mais
vendido no mundo, e o iTunes, local onde se compravam arquivos de mídias
digitais com direitos FairPlay, recolocando a indústria fonográfica que se
encontrava à beira da pirataria.
Ao saber sobre o surgimento do câncer no pâncreas,
Jobs deixou seus negócios com o empresário Tim Cook para dar início ao
tratamento da doença. Em 2007, Steve volta com mais força e lança no mercado
mais uma de suas brilhantes criações: O iPhone. Com um teclado Touch Screen,
com funções fáceis e práticas para serem usadas e bateria com mais tempo de
duração. O aparelho conquistou grandes expectativas, resultando na venda de
mais de 1 milhão de aparelhos durante seus primeiros 90 dias nas lojas em todo
o mundo, e as empresas concorrentes teriam que se “mexer” para acompanhar a
evolução da Apple.
No ano de 2009, o câncer de Steve reaparece, desta
vez no fígado. Mais uma vez, uma constante batalha pela vida levou o cientista
a deixar novamente o posto da Apple para fazer um transplante de órgão.
Em 2010, a chegada do iPad, mais uma inovação de
Jobs no mercado, que seriam os Tablets mais avançados, com mais de 4,5 milhões de unidades vendidas em apenas três meses,
superando números como o DVD, que em seu primeiro ano apenas vendeu 350 mil
unidades.
Mas parecia que a doença não daria trégua ao criador da
Apple. Neste mesmo ano, no dia 24 de Agosto, o cientista e empresário entregou
seu cargo a Tim Cook, que cuidava interinamente de seus negócios enquanto se
tratava e se afastou definitivamente da empresa. O golpe mais duro, para Steve
e a todos nós chegou à tona. No dia 5 deste mês de Outubro, Steve Jobs veio a
falecer devido ao câncer no fígado.
Steve deixou não apenas seus inventos, mas proporcionou
ao mundo uma nova visão à tecnologia, uma evolução na era digital inigualável e
o carisma e admiração de milhares de pessoas que o acompanharam durante sua
trajetória dentro da ciência. Abriu as portas para novas descobertas, e deixou
o caminho para o prosseguimento delas.